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A Revolução de 1930 causou enorme apreensão entre grupos de intelectuais brasileiros, temerosos que, tal qual havia ocorrido no Império Russo entre fevereiro e outubro de 1917, ela pudesse ser sucedida por uma revolução comunista. O ano de 1931 foi marcado pela fundação de revistas e agremiações que defendiam o estabelecimento de um regime autoritário no Brasil, única estratégia capaz de conter a “bola de neve da revolução que havia começado a rolar do alto da montanha”
Em 1932, Plínio Salgado conseguiu aglutinar as diversas agremiações de extrema direita espalhadas pelo país na Ação Integralista Brasileira. Guardando grandes semelhanças com o fascismo italiano e o nazismo alemão, os integralistas também estavam obrigados a jurar lealdade absoluta a seu líder supremo (Plínio Salgado), usar uma insígnia identificadora (o sigma) e saudar-se com o braço direito erguido e a mão estendida, pronunciando o termo tupi “Anauê”. Alguns de seus integrantes como Gustavo Barroso e Oswaldo Gouvêa, destacaram-se pela defesa de propostas anti-semitas.
Segundo Hélgio Trindade em seu livro: Integralismo - o fascismo brasileiro na década de 30, uma das motivações dos membros da A.I.B. eram o anti-semitismo e o anticomunismo.
A organização e hierarquia eram totalmente centralizada na figura do chefe, dele dependiam todas as decisões, nada acontecia sem a aprovação dele.
Plínio Salgado esteve na Itália antes da revolução de 30 e viu de perto o nascimento do Fascismo italiano.
Um pequeno trecho do livro para ilustrar a proximidade entre o Integralismo e o Nazismo e o Fascismo:
“Ainda que, nas zonas de imigração alemã ou italiana, tenha havido algumas vezes tensão entre os militantes integralistas de origem européia e os imigrantes não naturalizados que aderiram aos movimentos fascistas ou nazistas, havia casos em que o indivíduo inscrevia-se no integralismo pensando que ele era vinculado aos fascismos europeus. A maior parte, entretanto, estava consciente das afinidades da A.I.B. com os fascismos, mas sabia que era um movimento autônomo. Um exemplo concreto é o de um filho de imigrante, vivendo na zona rural, que até a adolescência vive dentro de um ambiente familiar e escolar de tal forma italiano, que não tinha consciência do país em que morava. Somente mais tarde, quando começa a freqüentar uma escola fora de sua pequena comunidade rural, é que descobre que vivia num país chamado Brasil! O testemunho de sua participação na A.I.B. e a recordação de canções integralistas aos 84 anos é extraordinário. Ele aderira ao integralismo pela "admiração por Mussolini, quando fui camisa preta. Depois eu me apercebi que a A.I.B. era um movimento do mesmo gênero. Abandonei a camisa preta e vesti a camisa verde, porque era preciso lutar pelas mesmas idéias num movimento brasileiro “
(Hélgio Trindade pag. 158)

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